Se a região te dá barro, faz girar a roda e dedica-te à olaria!

Dizem alguns estudiosos que a Olaria da Bajouca remonta ao século XV, apesar de não haver grandes evidências. No entanto, é sabido que a região sempre foi conhecida pelo afloramento de argila que ainda hoje a atravessa, e acredita-se que essa terá sido a grande razão para ali terem surgido um sem-número de olarias que tornaram a localidade reconhecida por esta arte.

Se, por um lado, a atividade agrícola sempre prevaleceu, a verdade é que algumas famílias da Bajouca, visionárias e com mãos habilidosas, decidiram fugir do caminho comum e aproveitar a riqueza geológica dos seus terrenos para fazer da olaria a sua subsistência. 
Aproveitando o barro local, mais claro e fino que o habitual, começaram a amassá-lo e a moldá-lo, criando artigos utilitários, como alguidares, taças e cântaros.

Os acabamentos simples, ora mais claros ou mais escuros, eram e são, ainda hoje, transversais a todas as peças, destacando a cor natural do barro. Porém, cedo se começou a decorar algumas peças, como o caso dos alguidares e taças de servir à mesa, recorrendo a óxidos naturais, provenientes, também eles, da região.

O gosto pela Olaria da Bajouca foi, desde os primeiros dias, transmitido de geração em geração.
Desde tenra idade, as crianças aprendiam os segredos desta arte, acompanhando os pais: primeiro, a amolecer o barro em bruto, e depois, a acariciá-lo, junto à roda de oleiro.
Assim se passavam os dias, entre a escola e a oficina, e assim crescia a paixão que fez perdurar a Olaria da Bajouca até aos dias de hoje.